quarta-feira, 6 de abril de 2016

Belle Époque e os movimentos artísticos: Impressionismo, Cubismo, Futurismo, Surrealismo e Dadaísmo




A Belle Époque é normalmente compreendida como um momento na trajetória histórica francesa que teve seu início no final do século XIX, mais ou menos por volta de 1880, e se estendeu até a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914.

Esta era é até hoje relembrada como uma época de florescimento total do belo, de transformações, avanços e paz entre o território francês, onde este movimento se centralizou, e os países europeus mais próximos. Surgem novas descobertas e tecnologias, e o cenário cultural fervilha com o aparecimento dos cabarés, do cancan, do cinema. A face artística é subvertida com o nascimento do Impressionismo e da Art Nouveau. Em outras terras a arte e a arquitetura nascentes neste momento são conhecidas como obras de estilo ‘Belle Époque’.

  • Art Nouveau: Na arte, o estilo Art Nouveau era comum nesta época. Suas características envolvem a valorização das cores vivas, curvas sinuosas que se baseavam nas formas das plantas, animais e mulheres, além dos ornamentos. As principais obras deste estilo são fachadas de edifícios, vitrais, joias, móveis e portões.
  • Belle Époque no Brasil: Neste período, no Brasil, vive-se um momento em que se busca minimizar as lembranças do Império e da colonização Portuguesa. Acontece o Movimento Modernista e a realização da Semana de Arte Moderna, além da fundação da cidade planejada – Belo Horizonte, e as grandes reformas urbanísticas no Rio de Janeiro. Ao contrário da Europa, o Brasil teve a instalação da Belle Époque feita de forma lenta, iniciando em 1880 e seguindo até 1925. A ligação entre o Brasil e a França tornou-se forte nesta época. Era comum que os membros da elite brasileira fossem até Paris para que estivessem sempre a par de todas as inovações. Eram comuns as repressões sexuais e o forte moralismo, que eram comportamentos típicos da era vitoriana. Neste período, o Brasil passou por uma escalada do socialismo organizado, e os confrontos deste novo cenário, somados às controvérsias políticas criaram um posicionamento dos franceses entre a esquerda e a direita. Apesar de toda a tensão que havia no Brasil, a época é lembrada como era dourada, e foi abalada de súbito pelo início da Primeira Guerra Mundial.
Impressionismo:

Pode-se dizer que o Impressionismo foi uma tendência da arte, principalmente francesa, que dominou o fim do século passado. Investido de um realismo mais objetivo, foi uma reação ao romantismo da época. De certa forma, preparou o caminho para futuras manifestações artísticas.
O movimento foi um marco na arte moderna. Os autores impressionistas não mais se preocupavam com os ensinamentos do Realismo ou da academia, e mesmo se mantinham alguns aspectos do realismo, não se comprometiam com denúncia social. Reproduziam paisagens urbanas e suburbanas.

O termo ‘Impressionismo’ foi criado por um crítico de arte, pelo pintor e escritor Louis Leroy, em 1874, ao comentar o quadro Impressão: Nascer do Sol, de Claude Monet. Definir este movimento não é fácil, mas o artista Eugéne Boudin o resumiu como um movimento que leva a pintura à pesquisa da luz total do espaço exterior.

O mais importante para os impressionistas são os efeitos visuais, a impressão imediata da imagem, a fixação desse instante único, pois o momento seguinte será certamente diferente. O prazer de pintar ao ar livre pode ser explicado pela importância dada ao fenômeno da luz. Os adeptos desta escola usavam cores vivas e puras, justapondo-as nas telas, visando obter os meios-tons desejados, dando sempre a impressão de captar a luz refletida em superfícies naturais. As formas desaparecem, não mais se percebem os contornos, permanecendo no quadro apenas borrões de tinta.

O Impressionismo manifestou-se, além da pintura com Monet, Pierre-Auguste Renoir, Degas; igualmente na música puramente auditiva de Debussy, Ravel, entre outros; e na literatura, através de escritores da estirpe de Marcel Proust, Graça Aranha, Raul Pompéia, etc.

  • Caracteristicas do Impressionismo nas artes plasticas: Ênfase nos temas da natureza, principalmente de paisagens;  Uso de técnicas de pintura que valorização a ação da luz natural; Valorização da decomposição das cores; Pinceladas soltas buscando os movimentos da cena retratada; Uso de efeitos de sombras coloridas e luminosas.
  • Caracteristicas do impressionismo na música: Composições que buscam retratar imagens; Títulos de peças que remetem a paisagens naturais; Melodias sensuais e etéreas.
No Brasil, o representante mais expressivo do impressionismo é Washington Maguetas. Destaca-se também o pintor Eliseu Visconti, que no início do século XX, foi o artista que melhor representou o movimento, não se preocupando em reproduzir modelos clássicos e sim em registrar os efeitos da luz solar em suas telas

Cubismo:
 
O cubismo é um tipo de arte considerada mental, ou seja, desliga-se completamente da interpretação ou semelhança com a natureza, a obra tem valor em si mesma, como maneira de expressão das ideias. A desvinculação com a natureza é obtida através da decomposição da figura em seus pequenos detalhes, em planos que serão estudados em si mesmos não na visão total do volume. Desta forma, um objeto pode ser observado de diferentes pontos de vista, rompendo com a perspectiva convencional e com a linha de contorno. As formas geométricas invadem as composições, as formas observadas na natureza são retratadas de forma simplificada, em cilindros, cubos ou esferas. O cubismo nunca atravessou o limite da abstração, as formas foram respeitadas sempre. As naturezas mortas urbanas e os retratos são temas recorrentes neste movimento artístico.

Durante o desenvolvimento do cubismo há duas principais etapas, são elas:

  • Cubismo Analítico: caracterizado pela decomposição das figuras e formas em diversas partes geométricas, é o cubismo em sua forma mais pura e de mais difícil interpretação.
  • Cubismo Sintético: é a livre reconstituição da imagem do objeto decomposto, assim, este objeto não é desmontado em várias partes, mas sua fisionomia essencial é resumida. Algo muito importante nesta etapa é a introdução da técnica de colagem, que introduz no quadro elementos da vida cotidiana (telas, papéis e objetos variados), o primeiro a praticar esta técnica foi Braque.
Os principais pintores cubistas foram o espanhol Pablo Ruiz Picasso, que criou obras como Guernica, Retrato de Ambroise Vollard e Natureza Morta, George Braque, Juan Gris e Fernad Leger.

Futurismo:

O futurismo foi um movimento artístico e literário instituído com a publicação do Manifesto Futurista do poeta italiano Filippo Tomasso Marinetti, no ano de 1909.

Os principais sinais do futurismo eram o movimento, a velocidade, a vida moderna, a violência e a ruptura com a arte do passado, já que os adeptos do movimento rejeitavam o moralismo, o passado. Os primeiros futuristas europeus também engrandeciam a guerra e a violência. O movimento tem o estilo de expressar o movimento real, assinalando a velocidade exposta pelas figuras em movimento no espaço.

O futurismo desenvolveu-se em todas as artes e exerceu influência sobre vários artistas que, posteriormente, criaram outros movimentos modernistas. Repercutiu principalmente na França e na Itália, onde diversos artistas se identificaram com o fascismo nascente.

A pintura futurista foi influenciada pelo cubismo e pelo abstracionismo, porém o uso de cores vivas e contrastes e a sobreposição das imagens tinha a pretensão de passar a idéia de dinamismo. O interesse do artista futurista não é pintar um automóvel, e sim captar a forma plástica, a velocidade descrita por ele no espaço.

O futurismo influenciou diversos artistas no Brasil que depois fundaram outros movimentos modernistas, como Oswald de Andrade e Anita Malfatti, que tiveram contato com o Manifesto Futurista em viagens à Europa, em 1912.

Surrealismo:

O surrealismo foi um movimento artístico que surgiu na Europa, cujo marco inicial foi o Manifesto Surrealista de André Breton, publicado em 1924. O surrealismo criticou a racionalidade burguesa em favor do maravilhoso, do fantástico e dos sonhos, abarcando uma grande quantidade de artistas, entre eles, podemos citar: na literatura, André Breton, Louis Aragon, Philippe Soupault e outros; nas artes plásticas, Joán Miró, Max Ernst, Salvador Dalí e outros; na fotografia, Man Ray, Dora Maar e Brasaï; e, no cinema, Luís Buñuel.

Nas palavras de Breton, um dos objetivos do surrealismo era "resolver a contradição até agora vigente entre sonho e realidade pela criação de uma realidade absoluta, uma suprarrealidade". Essa perspectiva levou esses artistas a buscarem inspiração na obra do psicanalista Sigmund Freud, trazendo para a arte o irracional, o inconsciente, explorando o imaginário e os impulsos ocultos da mente. Nesse sentido, algumas técnicas de produção artística adotadas foram a escrita e a pintura automática, pois seriam formas de transcrição imediata do inconsciente, buscando assim driblar os controles conscientes do artista, com a liberação das imagens que lhes surgiam à mente e de seus impulsos primitivos.

Outra técnica utilizada foi a de colagens, em que imagens eram reunidas aleatoriamente e ao acaso, criando uma justaposição de objetos desconexos e associações que à primeira vista pareciam impossíveis. Esse método foi inspirado na frase do Conde de Lautréamont: '"Belo como o encontro casual entre uma máquina de costura e um guarda-chuva numa mesa de dissecção".
No aspecto político, o caráter revolucionário e subversivo da proposta surrealista aproximou alguns artistas de grupos políticos de linhagem marxista, como André Breton, quando se alinhou ao trotskismo. Por outro lado, alguns se mantiveram numa esfera mais conservadora, como Salvador Dalí.

Dadaísmo:

O Dadaísmo surge em meio à guerra, em 1916, do encontro de um grupo de refugiados (escritores e artistas plásticos) com o intuito de fazer algo significativo que chocasse a burguesia da época.
Este movimento é o reflexo da perspectiva diante das conseqüências emocionais trazidas pela Primeira Guerra Mundial: o sentimento de revolta, de agressividade, de indignação, de instabilidade. O próprio nome “Dadaísmo” não tem significado nenhum, provavelmente tem o intuito de remeter à linguagem da criança que ainda não fala.

O Dadaísmo é considerado a radicalização das três vanguardas européias anteriores: o Futurismo, o Expressionismo e o Cubismo. Os artistas desse período eram contra o capitalismo burguês e a guerra promovida com motivação capitalista. A intenção desta vanguarda é destruir os valores burgueses e a arte tradicional.

A literatura tem como características: a agressividade verbalizada, a desordem das palavras, a incoerência, a banalização da rima, da lógica, do raciocínio. Faz uso do nonsense, ou seja, da falta de sentido da linguagem, as palavras são dispostas conforme surgem no pensamento, a fim de ridicularizar o tradicionalismo.



Fontes bibliográficas: Brasil Escola, Mundo Educação,  Itau Cultural, Info Escola, Wikipédia.

3 comentários:

  1. Carolus Rex, de quem é a autoria do texto? É sua?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não é meu. É um resumo que fiz quando fui apresentar um trabalho no ensino médio, as fontes estão listadas em baixo.

      Caso algum dos autores ou donos dos sites citados quiser, retiro na hora, apenas postei para ajudar outras pessoas a ter esse conhecimento.

      Excluir