quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Filosofia: Empirismo, Mundo Sensível, Lógica Aristotélica e Tipos de falácia.

Empirismo:

Empirismo é uma teoria criada dentro da filosofia para afirmar a essência sensorial como parte do conhecimento. Dentro da epistemologia existem vários pontos de vista - o estudo do conhecimento humano juntamente com o racionalismo, o idealismo e o historicismo - e o empirismo faz parte desta gama de estudos, no entanto, atuando em um papel da experiência e da evidência, que inclui a experiência sensorial na formação de ideias inatas ou de tradições.

Os empiristas utilizam como argumento as tradições/costumes que surgem baseados nas relações de experiências sensoriais anteriores. Na filosofia, é a ciência que enfatiza evidências - principalmente pelo fato de se basear em experiências.

É considerada uma parte fundamental do método científico porque considera que todas as hipóteses e teorias devem ser testadas em oposição às observações do mundo atual. Apesar de sensorial, o empirismo atua além do raciocínio à priori, da intuição ou da revelação.

John Locke, considerado o 'pai' desta filosofia, explicitou em seu livro Ensaio sobre o Entendimento Humano, que a mente do homem pode se assemelhar a uma tabula rasa, onde ideias vão sendo gravadas por meio da experiência - e, então, o homem passa a formar sua opinião.

Essa análise empirista da epistemologia dá origem a outras duas ideias: a ideia simples, sobre a qual não se pode estabelecer distinções - como cores, texturas, etc - e a ideia complexa, que seriam associações das ideias simples. Isto daria origem ao conceito abstrato de substância material.

Mundo Sensível:

Platão foi um importante filósofo grego da antiguidade. Segundo ele o processo de conhecimento se desenvolve por meio da passagem progressiva do mundo das sombras e aparências para o mundo das ideias e essências.
A teoria dos dois mundos defendida por Platão era um mundo sensível e mundo inteligível ou mundo das ideias.  
O mundo sensível é concreto, material, o que tocamos. Seria o mundo onde as coisas ganham formam, recebendo praticamente uma colisão das diversas ideias do mundo das ideias, tornando este formado por ideais instáveis. Nele o que vimos e sentimos são projeções de nossos sentidos.

Lógica Aristotélica:

Aristóteles é considerado o fundador da lógica formal por ter determinado que a validade lógica de um raciocínio depende somente de sua forma ou estrutura, e não de seu conteúdo. Introduziu a análise da quantificação dos enunciados e das variáveis, realizou o estudo sistemático dos casos em que dois enunciados implicam um terceiro, estabeleceu o primeiro sistema dedutivo ou silogístico e criou a primeira lógica modal, que, ao contrário da lógica pré-aristotélica, admitia outras possibilidades além de "verdadeiro" e "falso".
A lógica aristotélica é uma ferramenta em favor do exercício do pensamento e da linguagem. Diferente da dialética platônica, que é o exercício direto do pensamento e da linguagem, a lógica aristotélica dispõe do aparato para que o conhecimento do discurso seja realizado. Em resumo: é um instrumento para o conhecimento porque se constitui de ciência da linguagem.
Oferece elementos que devem ser aplicados nos raciocínios direcionados a todas as coisas pelas quais é possível ter o conhecimento universal e, portanto, necessário. A lógica aristotélica parte de princípios que regem o pensamento.
E como instrumento e não teoria, nem elemento prático ou produtivo, a lógica está à serviço da ciência. Obedecendo a esse preceito, as obras que versam sobre a lógica aristotélica recebem o nome de Óragon (instrumento).

Características da Lógica Aristotélica:
  • Instrumental
  • Formal
  • Propenêutica ou preliminar
  • Normativa
  • Doutrina da prova
  • Geral e atemporal
Aristóteles define que o fundamento da lógica é a proposição. Essa usa a linguagem para expressar os juízos que são formulados pelo pensamento. Proposição atribui um predicado ( denominado P) a um sujeito (denominado S).
Tipos de falácia:
O termo falácia deriva do verbo latino fallere, que significa enganar. Designa-se por falácia um raciocínio errado com aparência de verdadeiro. Na lógica e na retórica, uma falácia é um argumento logicamente inconsistente, sem fundamento, inválido ou falho na tentativa de provar eficazmente o que alega. Argumentos que se destinam à persuasão podem parecer convincentes para grande parte do público apesar de conterem falácias, mas não deixam de ser falsos por causa disso.
Reconhecer as falácias é por vezes difícil. Os argumentos falaciosos podem ter validade emocional, íntima, psicológica, mas não validade lógica. É importante conhecer os tipos de falácia para evitar armadilhas lógicas na própria argumentação e para analisar a argumentação alheia. As falácias que são cometidas involuntariamente designam-se por paralogismos e as que são produzidas de forma a confundir alguém numa discussão designam-se por sofismas.

Alguns tipos de falácia:

Apelo à força

Utilização de algum tipo de privilégio, força, poder ou ameaça para impor a conclusão.
Ex.: Acredite no que eu digo, não se esqueça de quem é que paga o seu salário.

Apelo à consequência

Considerar uma premissa verdadeira ou falsa conforme sua consequência desejada.
Ex.:Você deve ser bom com os outros ou irá para o Inferno.


Apelo ao medo 

Apelar ao medo para validar o argumento.
Ex.: Vote no candidato tal, pois o candidato adversário vai trazer a ditadura de volta.

Argumentum ad misericordiam (apelo à misericórdia)

Também chamado apelo à piedade. Consiste no recurso à piedade ou a sentimentos relacionados, tais como solidariedade e compaixão, para que a conclusão seja aceita, embora a piedade não esteja relacionada ao assunto ou à conclusão do argumento. Do argumento ad misericordiam deriva o argumentum ad infantium - "Faça isso pelas crianças". A emoção é usada para persuadir as pessoas a apoiar (ou intimidá-las a rejeitar) um argumento com base na emoção, mais do que em evidências ou razões.

Apelo à emoção

Recorrer à emoção para validar o argumento.
Ex.: Apelo ao júri para que contemple a condição do réu, um homem sofrido, que agora passa pelo transtorno de ser julgado em um tribunal.

Apelo ao preconceito

Associar valores morais a uma pessoa ou coisa para convencer o adversário.
Ex.: Uma pessoa religiosa como você não é capaz de argumentar racionalmente comigo.

Apelo à vaidade

Provocar a vaidade do oponente para vencê-lo.
Ex.: Não acredito que uma pessoa culta como você acredita nessa teoria.

Apelo à multidão

Também chamado apelo ao povo. É a tentativa de ganhar a causa por apelar a uma grande quantidade de pessoas. Por vezes é chamada de apelo à emoção, pois os apelos emocionais tentam atingir toda a população.
Ex.: Inúmeras pessoas acreditam em Deus, portanto Deus existe. 

Apelo ao ridículo

Ridicularizar um argumento como forma de derrubá-lo.
Ex.: Se a teoria da evolução fosse verdadeira, significaria que o seu tataravô seria um gorila.

Ataque pessoal

Em vez de o argumentador provar a falsidade do enunciado, ele ataca a pessoa que fez o enunciado.
Ex.: Se foi um burguês quem disse isso, certamente é engodo.

Argumentum ad lapidem

Desqualificar uma afirmação como absurda, mas sem provas.
Ex.: João, ministro da educação, é acusado de corrupção e defende-se dizendo: "Esta acusação é um disparate".
Baseado em quê? Onde estão as evidências em contrário?

Falácia da falsa proclamação de vitória

Proclamar vitória, dando a entender que venceu a discussão, sem ter conseguido realmente apresentar bons argumentos.

É uma bravata contra o oponente para intimidá-lo.